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Mitos do Dinheiro: O Que Você Acha que Sabe, mas Pode Estar Errado

Mitos do Dinheiro: O Que Você Acha que Sabe, mas Pode Estar Errado

01/06/2025 - 04:10
Yago Dias
Mitos do Dinheiro: O Que Você Acha que Sabe, mas Pode Estar Errado

Em um país com desafios econômicos e baixa educação financeira, diversas crenças limitantes sobre dinheiro se espalham rapidamente. É hora de questionar essas noções e revelar a verdade por trás dos mitos mais populares.

Por que falar de mitos financeiros?

Antes de desmontar cada mito, é importante entender que a baixa alfabetização financeira do Brasil contribui para a perpetuação de falsas verdades. Segundo a pesquisa da Standard & Poor’s, estamos em 74º lugar entre 144 países avaliados em educação financeira, atrás de nações menos desenvolvidas.

Esses equívocos não são inofensivos: eles podem afastar brasileiros de oportunidades de crescimento patrimonial e até prejudicar decisões públicas e pessoais.

Mito 1: Investimento é coisa de rico

Muitas pessoas acreditam que, sem grandes fortunas, não há como começar a investir. Esse pensamento faz com que boa parte da população fique confinada à poupança, perdendo chance de ganhos reais.

Na prática, é possível iniciar aplicações com valores muito baixos. O Tesouro Direto, por exemplo, permite aportes a partir de R$ 30,00. Além disso, CDBs de bancos menores e fundos digitais oferecem baixo custo de entrada e sem taxas de administração.

Mito 2: A poupança protege da inflação e sempre rende

A caderneta de poupança é vendida como “segura e rentável”, mas a verdade é que seu rendimento frequentemente fica abaixo da inflação medida pelo IPCA. Em períodos de alta inflação, o poder de compra do dinheiro em poupança diminui.

Embora o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) cubra até R$ 250 mil por CPF e por instituição, essa garantia não assegura ganho real acima da inflação. Muitos investidores perdem dinheiro em termos reais ao manter capital apenas na poupança.

Mito 3: O Estado quebrou e só a austeridade salva

O discurso de que o governo está sem recursos e precisa cortar gastos sociais e investimentos públicos serve a interesses políticos específicos. A austeridade fiscal pode até conter déficits de curto prazo, mas restringe a capacidade de o Estado atuar em crises.

Dados do IBGE mostram que, em momentos de recessão, aumentos em gastos públicos sociais podem mitigar quedas de consumo e preservar empregos. A ausência de políticas anticíclicas tende a aprofundar crises e gerar maior desemprego.

Mito 4: Déficits públicos são sempre ruins e causam inflação

É comum associar déficits do governo a inflação automática, mas essa relação depende de como o déficit é financiado e do contexto econômico. Se financiado por emissão monetária sem contrapartida produtiva, pode gerar pressão inflacionária.

No entanto, déficits financiados por venda de títulos no mercado ou por parcerias público-privadas podem até estimular crescimento econômico, quando aplicados em obras de infraestrutura e programas sociais eficientes.

Mito 5: Só ricos têm acesso a investimentos diversificados

A oferta de produtos financeiros mudou: fundos de investimento, tesouro, ações e até debêntures de infraestrutura têm valores mínimos acessíveis. Hoje, pequenas aplicações podem ser feitas por meio de plataformas digitais que exigem aportes iniciais de apenas R$ 50,00.

Além disso, existe o mercado de fundos imobiliários, que permite comprar cotas de empreendimentos por preços iniciais menores que um imóvel físico, democratizando o acesso a renda passiva.

Mito 6: Dinheiro traz felicidade ou apenas problemas

O senso comum alterna entre ver o dinheiro como fonte de todos os males ou como chave para a felicidade completa. Na realidade, o bem-estar financeiro é resultado de equilíbrio entre objetivos, planejamento e educação.

Pesquisas mostram que, após suprir necessidades básicas, o aumento de renda tem efeito marginal decrescente na satisfação pessoal. A qualidade de vida está atrelada a outros fatores, como saúde, relações sociais e propósito.

O motivo dos mitos persistirem

Além da falta de educação financeira, a mídia e instituições financeiras tradicionais às vezes reforçam conceitos ultrapassados, seja por desinformação ou por defender modelos de negócio que beneficiam apenas grandes players.

A ausência de debates aprofundados e de iniciativas de inclusão impede que o público tenha acesso a informações corretas e atualizadas.

Como quebrar mitos na prática

  • Busque conteúdos de fontes confiáveis, como relatórios do IBGE e do Banco Central.
  • Participe de cursos gratuitos de educação financeira oferecidos por ONGs e instituições públicas.
  • Compare simulações de investimentos em sites oficiais antes de aplicar seu dinheiro.
  • Utilize ferramentas de planejamento, como planilhas e aplicativos de controle de gastos.
  • Converse com consultores independentes, sem conflito de interesse em vender produtos bancários.

Comparativo de rentabilidades

Ao comparar essas opções, fica evidente que diversificar e pesquisar pode trazer ganhos reais e proteger o patrimônio.

Conclusão: o poder de se informar

Desconstruir mitos financeiros é o primeiro passo para tomar decisões mais conscientes e rentáveis. A educação financeira não é privilégio de poucos, mas uma necessidade de todos.

Com planejamento, conhecimento e acesso a recursos de baixo custo, você pode começar hoje mesmo a construir um futuro financeiro mais sólido e livre de crenças equivocadas.

Yago Dias

Sobre o Autor: Yago Dias

Yago Dias