O Open Finance tem revolucionado o cenário financeiro brasileiro, promovendo transparência e competitividade sem precedentes e garantindo ao consumidor mais controle sobre seus dados.
O Open Finance representa uma evolução natural do Open Banking, ultrapassando o mero compartilhamento de dados bancários. Com o consentimento do cliente, permite a troca padronizada de informações e serviços entre diversos agentes financeiros.
A implementação coordenada pelo Banco Central do Brasil começou em 2020, dividida em fases que ampliam progressivamente o escopo de dados, incluindo contas de pagamento, investimentos, seguros e previdência. O propósito central é fomentar inovação e inclusão financeira sustentável.
Em 2024, mais de 42 milhões de usuários já utilizam recursos do Open Finance no Brasil, segundo a Febraban. Esse número reflete um aumento contínuo na adoção, impulsionado pela confiança nas plataformas e pela amplitude do ecossistema.
O país tornou-se referência global devido à regulação rigorosa do Banco Central e ao engajamento de bancos, fintechs e cooperativas na busca por serviços cada vez mais personalizados.
Em 2024, criou-se a Associação Open Finance (AOF), responsável por conduzir o ecossistema, garantindo interoperabilidade e padrões de segurança robustos.
A AOF reúne representantes de bancos grandes, médios, pequenos, cooperativas e fintechs, promovendo fóruns de discussão e definindo diretrizes que orientam o desenvolvimento e a operação das interfaces e APIs.
Com a Resolução Conjunta nº 10/2024 e demais normativas (Resoluções BCB 398, 399, 400/2024; Instruções 485 e 486/2024), foram estabelecidas as principais diretrizes para a próxima fase do Open Finance.
Entre as principais novidades, destaca-se a obrigatoriedade de participação para conglomerados com mais de 5 milhões de clientes e a simplificação da iniciação de pagamentos, incluindo o Pix por aproximação programado para 2025.
Enquanto o Open Banking se limitava a dados e serviços bancários, o Open Finance expande o conceito para todo o setor financeiro: bancos, corretoras, seguradoras, fundos de previdência e empresas de câmbio.
Essa evolução garante ao consumidor maior liberdade e autonomia de gestão dos próprios dados, permitindo comparações e contratações mais eficientes de produtos e serviços financeiros.
O Open Finance traz vantagens tangíveis para clientes e empresas. Para o usuário, facilita a portabilidade de serviços e acelera processos de contratação.
Para o mercado, promove uma competição saudável entre participantes, estimulando inovação e a oferta de produtos customizados, beneficiando especialmente pequenos negócios e consumidores de baixa renda.
Espera-se a crescente adoção de pagamentos automáticos e a consolidação do Pix por aproximação, que simplificará ainda mais transações instantâneas. A interoperabilidade de dados deve permitir o surgimento de soluções inovadoras, como seguros sob demanda e microinvestimentos.
A automatização e a inteligência artificial serão aliadas na criação de serviços financeiros cada vez mais personalizados, prevendo necessidades e oferecendo experiências únicas ao cliente.
Apesar dos avanços, o Open Finance enfrenta desafios significativos, especialmente em segurança e compliance.
As instituições precisam investir em monitoramento em tempo real e em protocolos avançados de autenticação para reduzir riscos e manter a confiança do consumidor.
O Banco Central continuará atualizando as diretrizes para acompanhar tendências globais e avanços tecnológicos. A agenda regulatória visa consolidar o Brasil como um dos mais avançados ambientes de Open Finance do mundo, garantindo segurança e inovação contínuas.
À medida que o ecossistema amadurece, o foco será ampliar a inclusão, diversificar serviços e aprimorar a experiência do usuário, sempre com base em governança sólida e regulação eficaz.
O Open Finance representa uma jornada de transformação digital que está apenas começando, abrindo caminhos para um futuro financeiro mais transparente, competitivo e centrado nas necessidades do cliente.
Referências